09 agosto 2010

Uma Dose de Olavo de Carvalho

Stallone está certo

Olavo de Carvalho
Diário do Comércio, 28 de julho de 2010

A mídia inteira está brabíssima com Sylvester Stallone porque ele disse que no Brasil você pode explodir o país e as pessoas ainda lhe agradecem, dando-lhe de quebra um macaco de presente. Alguns enfezados chegaram até a resmungar que com isso o ator estava nos chamando de macacos – evidenciando claramente que não sentem a diferença entre dar um macaco e ser um macaco.

Da minha parte, garanto que Stallone só pecou por eufemismo. Macaco? Por que só macaco? Exploda o país e os brasileiros lhe dão macaco, tatu, capivara, onça pintada, arara, cacatua, colibri, a fauna nacional inteira, mais um vale-transporte, uma quota no Fome Zero, assistência médica de graça, um ingresso para o próximo show do Caetano Veloso e um pacote de ações da Bolsa de Valores. Exploda o país como o fazem as Farc, treinando assassinos para dizimar a população, e o governo lhe dá cidadania brasileira, emprego público para a sua mulher e imunidade contra investigações constrangedoras. Seqüestre um brasileiro rico e cinco minutos depois os outros ricos estão nas ruas clamando pela libertação – não do seqüestrado, mas do seqüestrador (passado algum tempo, o próprio seqüestrado convida você para um jantar na mansão dele). Crie uma gigantesca organização clandestina, armando com partidos legais uma rede de proteção para organizações criminosas, e a grande mídia lhe dará todas as garantias de discrição e silêncio para que o excelente negócio possa progredir em paz: sobretudo, ninguém, ninguém jamais perguntará quem paga a brincadeira. Tire do lixo o cadáver do comunismo, dando-lhe nova vida em escala continental, e os capitalistas o encherão de dinheiro e até se inscreverão no seu partido, alardeando que você mudou e agora é neoliberal. Crie a maior dívida interna de todos os tempos, e seus próprios credores serão os primeiros a dizer que você restaurou a economia nacional. Encha de dinheiro os invasores de terras, para que eles possam invadir mais terras ainda, e até os donos de terras o aplaudirão porque você “conteve a sanha dos radicais”. Mande abortar milhões de bebês, e os próprios bispos católicos taparão a boca de quem fale mal de você. Mande seu partido acusar as Forças Armadas de todos os crimes possíveis e imagináveis, e os oficiais militares, além de condecorar você, sua esposa e todos os seus cupinchas, ainda votarão em você nas eleições presidenciais. Destrua a carreira de um presidente “direitista” e uns anos depois ele estará trocando beijinhos com você e cavando votos para a sua candidata comunista no interior de Alagoas.

Um macaco? Um desprezível macaquinho? Que é isso, Stallone? Você não sabe de quanta gratidão, de quanta generosidade o brasileiro é capaz, quando você bate nele para valer.

Fora essa ressalva quantitativa, no entanto, a declaração do ator de “Rambo” é a coisa mais verdadeira que alguém disse sobre o Brasil nos últimos anos: este é um país de covardes, que preferem antes bajular os seus agressores do que tomar uma providência para detê-los.

O clássico estudo de Paulo Mercadante, A Consciência Conservadora no Brasil, já expunha a tendência crônica das nossas classes altas, de tudo resolver pela conciliação. Mas a conciliação, quando ultrapassa os limites da razoabilidade e da decência, chega àquele extremo de puxa-saquismo masoquista em que o sujeito se mata só para agradar a quem quer matá-lo.

Curiosamente, muitos dos que se entregam a essa conduta abjeta alegam que o fazem por esperteza, citando a regra de Maquiavel: se você não pode vencer o adversário, deve aderir ao partido dele. Esses cretinos não sabem que, em política prática, Maquiavel foi um pobre coitado, que sempre apostou no lado perdedor e terminou muito mal. A pose de malícia esconde, muitas vezes, uma ingenuidade patética.




ahuahuahauhauhau esse cara é muito foda!!

02 agosto 2010

Para variar..

Sem postar muito nas últimas semanas. Estou meio que sem ver muitos filmes ultimamente. Só me ocupando dos seriados "The Pillars of the Earth" e "White Collar", os dois muitos bons por acaso, principalmente o "Pilares da Terra", que se passa nas épocas medievais e é um seriado baseado num livro e tal, quem puder, veja.
Mas estou vindo aqui agora para falar de duas surpresas do cinema americano que tive nas últimas semanas. As continuações de Karate Kid e de Toy Story (que acabei de ver). Filmes que me supreenderam absurdamente, eu não esperava porcaria nenhuma deles. E os dois me fizeram voltar facilmente aos bons tempos de minha infância.
O Karate Kid 3 foi a surpresa maior, pois só de imaginar Jackie Chan como senhor Miyagi e aquele pivete, Jaden Smith, filho do Will Smith, como Daniel-San, era demais pra minha mente. Apesar de que o Jaden esteve indiscutivelmente bem em "A Procura da Felicidade", e o Jackie Chan não fazia nada que preste há muito tempo, se não me engano, desde "Mr. Nice Guy" eu não via algo tão legal com ele. Enfim, não sei se pelo baque da surpresa, ou se o filme é realmente bom, mas achei que esse filme não deve em nada aos outros filmes da série. Acreditem se quiser, o Jackie Chan mudou a sua cara nesse filme! É, é um absurdo, mas é verdade. Os treinamentos, tudo bem ao estilo Senhor Miyagi mesmo. Minhas palmas ao diretor. O único ponto que deixa muito a desejar é a trilha sonora, feita basicamente de hip hop modinha, exceto na luta final, que..é melhor não falar né. Ahhh e não podia deixar de falar, O QUE É A PERNINHA NO FINAL?? absurdamente foda, não tem como não definir assim. Vejam o filme!
Agora o filme que está mais recente na minha cabeça, o Toy Story 3. Há algumas semanas tinha ouvido as opiniões altamente abalizadas e de merda do pessoal do MRG, e eles já haviam me alertado para a lindeza do filme. Hoje eu pude comprovar isso. Buzz Lightyear, Woody, quanta nostalgia. Filme perfeito. Simplicidade. Alegria. Emoção. Ação. Vilãnisse. Tudo o que podia ter sido feito, foi, e lindamente. Uma animação como nos bons tempos.

E só para deixar anotado aqui. Pode estar surgindo mais um grupo de cinema por aí...huhu